Integrantes dos Grupos Jovens Agentes de Paz, Oh Vibe, Criart, e Mulheres Vitoriosas participaram do ciclo de palestras ‘Nenhuma a Menos”, ação realizada como parte do “ Projeto Elas. A iniciativa foi lançada em outubro com foco no empoderamento feminino e combate às diversas formas de violência contra o gênero.
O evento realizado na Universidade de Fortaleza encerrou uma série de atividades que buscavam difundir o conhecimento sobre os direitos das mulheres. Com a presença da advogada e integrante do Instituto Maria da Penha, Rose Marques e da publicitária e estudante de psicologia Carol Rocha, as participantes puderam conhecer trajetórias e caminhos da proteção em todos os espaços de atuação e também em seus relacionamentos. Iracema Lima do grupo mulheres vitoriosas , considera que o evento foi muito importante, pois “possibilitou que mulheres das comunidades periféricas pudessem ouvir e conhecer a lei Maria da Penha”. afirma a integrante do Conselho de Mulheres que gostou muito de conhecer a publicitária e estudante de psicologia, Carol Rocha . “ me chamou muita atenção a fala da Carol, coincide com a história de muitas mulheres que estão passando e não perceberam ainda que estão em situação de violência, uma coisa que me chamou atenção foi ela ter morado numa periferia e ter conseguido dar a volta por cima, conseguiu estudar e mostrar que é possível superar as dificuldades. Gostei demais, senti falta de panfletos apresentando os serviços ofertados pela Casa da Mulher Brasileira que foi citada nas falas, mas fica a dica para o próximo evento”. O evento teve a participação de grupos de jovens e mulheres de diversas partes da cidade.
Um dos momentos mais fortes, foi o relato das palestrantes sobre as formas de identificar os diversos tipos de violência contra a mulher e de como fazer para enfrentá-las e preveni-las. Uma das frases de encorajamento foi “ evoluindo juntas”, mostrando o poder que é ter uma rede de proteção no enfrentamento à violência contra as mulheres, rede essa que precisa envolver a comunidade, o trabalho, a família e todas as instituições que as mulheres em situação de violência fazem parte.
Para Cristina Nascimento idealizadora do Grupo de economia solidária CRIARTE foi um momento muito proveitoso, só sentiu falta da representação de uma mulher negra “que vivencia o dobro das situações que foram relatadas”, para ela a denúncia de situações de violência ainda é um grande desafio, pois nas comunidades os conflitos são resolvidos de formas diferentes, muitas vezes os próprios grupos resolvem de um modo também violento, tudo para evitar a presença da polícia nos locais. Sobre a desigualdade de gênero apresentada pelas palestrantes, Cristina afirma que busca fazer sua parte estimulando a divisão de tarefas com os homens da casa. Também ressaltou a importância da solidariedade entre as mulheres “o empoderamento deve vir com outras, empoderar outras mulheres é importante desde cedo, vejo o exemplo da Valentina (filha) que já está provando desses sabores, sabe dos seus direitos e sabe defendê-los”.
O projeto buscou realizar momentos educativos,levando para escolas informações sobre a importância da vida, dos direitos e da valorização da mulher. Dessa forma, ter a participação de jovens durante todo o percurso fez toda a diferença , pois é urgente a construção de uma sociedade sem machismo as mulheres de todas as idades, uma vez que de acordo com pesquisa divulgada pelo Data Folha ( junho de 2021) uma em cada 4 mulheres acima de 16 anos foi vítima de algum tipo de violência na pandemia, dados que assustam e mobilizam para atuar na prevenção e enfrentamento dessa problemática.
Para Maria de Fátima de Sá, integrante do Grupo Jovens Agentes de Paz. “O evento foi muito potente por ter muitas falas femininas. A mulher tem lugar de fala e não deve se calar. não devemos sofrer nos relacionamentos, pedir ajuda é muito importante, buscar a casa da mulher brasileira como disse a advogada Rosy , a fala da Carol também foi muito potente, para mostrar que é importante estar juntas, aprendi muito e, é muito importante ter momentos assim”.
Fica o desejo de mais encontros com essa temática, como disse a idealizadora do Grupo Mulheres Vitoriosas que realiza ações de prevenção e apoia mulheres com câncer “ eventos como esses são importantes, porque o feminicídio está crescendo muito. Estamos unidas nessa luta, porque mulheres unidas jamais serão vencidas” . O evento teve ainda música com a banda Samba Delas, homenageando grandes sambistas.