CDVHS participa de oficina do Projeto Cidade Viva

Reportagem de Mariany Sousa- Estagiária do CDVHS , em parceria com Ingrid Rabelo, assessora de Juventudes da instituição.

Nos dias 28 e 29 de agosto, representantes do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza ( CDVHS) participaram da oficina Cidade Viva , uma ação de diagnóstico do Programa Estadual de Prevenção à Violência- PREVIO. O encontro reuniu moradores, representantes institucionais e técnicos responsáveis pelo projeto, em um processo de escuta e construção coletiva sobre o futuro do território.

A abertura contou com falas de representantes do PREVIO, do Centro Cultural Bom Jardim, do Secretário da Regional V e de uma moradora da comunidade. Logo após, foi realizada uma visita ao território, onde foram observadas demandas prioritárias, como a necessidade de limpeza do Rio Maranguapinho, melhorias na iluminação, áreas verdes e espaços de lazer.

Vozes da comunidade

Durante a roda de impressões, Mari Sousa, estudante de Ciências Sociais e estagiária do CDVHS, destacou a poluição do rio e os impactos das enchentes sobre as casas. Ela também ressaltou a fala do senhor Davi, morador há 50 anos, que relembrou a luta por água encanada na região, quando moradores ocuparam a antiga sede da Prefeitura de Fortaleza por 14 dias. Para Mari, o depoimento mostra que as mobilizações comunitárias por direitos básicos são históricas e continuam atuais.

A assessora de juventudes do CDVHS, Ingrid Rabelo, chamou atenção para a forte presença feminina na oficina. Segundo ela, é um ponto de destaque e merece ser considerado na formulação de políticas públicas como historicamente as mulheres têm se organizado para pautar políticas públicas e também lideram ações comunitárias, como festas das crianças, eventos natalinos e participação na construção de projetos de melhorias habitacionais. Ingrid destacou ainda a criação de uma barreira ecológica presente no rio através de uma iniciativa de organização internacional Instituto Winds for Future (IW4F), apontada como boa prática frente ao racismo ambiental que afeta os territórios periféricos. Mas destacou que a necessidade é que haja a universalização do saneamento básico nas periferias e a fiscalização de empresas que despejam resíduos nos afluentes.

Construção coletiva de propostas

No segundo dia da oficina, a equipe mobilizou as/os participantes a refletirem sobre a pergunta “Como você imagina o território daqui a 10 anos?”, moradores compartilharam desejos como escorregadores, árvores, posto de saúde, rio Maranguapinho limpo, inclusão e espaços de lazer. Em seguida, as/os participantes foram divididos em grupos para pensar propostas de intervenção na Rua Mirtes Cordeiro- uma das ruas visitadas no primeiro dia da oficina. Entre as ideias apresentadas, surgiram quadras, anfiteatros, praças e áreas arborizadas.

Outro momento marcante foi a construção de um painel coletivo, que reuniu percepções sobre as facilidades e dificuldades do território. A força das mulheres, a união comunitária e a presença de profissionais engajados apareceram como potências. Já o mau cheiro com a poluição do rio, a segregação e a poluição foram apontados como desafios urgentes.

Próximos passos

Os técnicos responsáveis explicaram que a execução do projeto será feita por um consórcio e outra em fase de definição — e que contará com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A etapa de consultoria seguirá até janeiro de 2026, quando deve ocorrer a licitação para início das obras.

Enquanto isso, um Grupo de Trabalho (GT) dará continuidade ao processo de diálogo por meio de encontros virtuais, garantindo que as contribuições da comunidade sigam presentes na elaboração do projeto.

O CDVHS continuará monitorando e na luta por políticas públicas de qualidade para o território e para a cidade.

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